Qual sua concepção sobre a Jornada? E suas
expectativas em relação ao evento?
Essa
é a minha primeira vez na Jornada. Só ouço
elogios à ela, vindos de todas as partes. Por isso a
minha expectativa é enorme.
O
que mais te atraiu na idéia de participar da 10a edição
da Jornada Nacional de Literatura?
Num
evento com essa importância e esse time de escritores
e profissionais, eu só tenho a aprender cada vez mais
sobre literatura e vida. E eu sou uma aprendiz.
Acredita
que a Jornada é uma oportunidade de estar mais próxima
do público?
Tomara
que sim. Eu já escrevi para crianças, adolescentes
e adultos, e adoro estar perto de todos os tipos de leitores.
Entender melhor o que eles pensam e o que sentem é fundamental
para eu continuar a escrever.
Você
é formada em Arquitetura e depois atuou na publicidade.
Qual a influência da publicidade no seu trabalho?
Acho
que os anos como redatora publicitária me obrigaram a
exercitar a síntese. Além disso, como o texto
publicitário é curto e objetivo, cada palavra
tem muita importância. Até hoje, em um livro com
200 páginas, eu procuro pensar em cada palavra como se
estivesse escrevendo poucas linhas.
Como
é sua relação com seus personagens? Você
coloca muito de suas percepções e opiniões
neles?
O
Antônio, de "A máquina", é como
se fosse eu. A menina do "Mania de explicação"
é a minha filha. Em "Luna Clara e Apolo Onze",
que tem vários personagens, quase todos têm algo
de alguém próximo a mim. Eu me inspiro muito nas
pessoas em volta.
Você
gosta de proporcionar felicidade, mesmo que passageira, para o
público pelos seus livros. Qual o retorno dos leitores
em relação aos finais felizes de suas obras?
Eu
espero que o retorno seja felicidade, não só nos
finais felizes, como em todo o texto, mesmo nas partes de suspense
ou tristeza. Não sei se o leitor percebe a minha intenção,
mas se ele tiver sido feliz durante o livro, eu estarei felicíssima.
Você
utiliza muito a forma narrativa da tevê em seus livros?
Acredita que isso prende mais a atenção do leitor?
Em
"Luna Clara e Apolo Onze" a narrativa é muito
parecida com a de um roteiro. O vai e vem no tempo, os flashbacks,
os tempos paralelos... Mas nos outros livros eu não identifico
tanto a influência do meu trabalho na TV.
Como
foi a adaptação de “A Máquina”
para o teatro? Entrar no ambiente teatral trouxe novas influências
e experiências para suas produções?
Eu
sempre vivi no ambiente teatral porque sou casada com um autor
e diretor de teatro. A adaptação de "A Máquina",
feita pelo João, me mostrou que as diferenças
entre o teatro não são tantas quanto eu pensava.
Um encenador criativo consegue tornar teatral um texto literário,
desde que goste dele e tenha liberdade. Em "A Máquina"
no teatro, o personagem Antônio era vivido por quatro
atores ao mesmo tempo e em cada interpretação
eu enxergava muito claro o Antônio que eu criei. Foi uma
experiência deliciosa.
Você
acredita que a adaptação de livros para a tevê
ou cinema prejudicam de alguma forma as obras, ou contribuem para
que sejam conhecidas e lidas futuramente?
É
claro que depende também da qualidade da adaptação,
mas, se ela for boa, só contribui. Nesse tempo em que
vivemos, com mídias tão diversas, o que puder
ser feito para difundir a literatura será bem vindo.
Qual
o papel da leitura na inclusão social?
A
leitura tem um papel especial. Eu percebo que quando as pessoas
falam de um livro que leram, o fazem com um muito mais orgulho
do que quando comentam um filme, justamente porque o livro é
um veículo que alcança menos gente do que a televisão,
por exemplo. Ler é bacana. Se esse conceito andar ligado
a qualquer ação que facilite o acesso à
leitura, aí é o sonho de todos nós.