- Adriana Falcão

Qual sua concepção sobre a Jornada? E suas expectativas em relação ao evento?

Essa é a minha primeira vez na Jornada. Só ouço elogios à ela, vindos de todas as partes. Por isso a minha expectativa é enorme.

O que mais te atraiu na idéia de participar da 10a edição da Jornada Nacional de Literatura?

Num evento com essa importância e esse time de escritores e profissionais, eu só tenho a aprender cada vez mais sobre literatura e vida. E eu sou uma aprendiz.

Acredita que a Jornada é uma oportunidade de estar mais próxima do público?

Tomara que sim. Eu já escrevi para crianças, adolescentes e adultos, e adoro estar perto de todos os tipos de leitores. Entender melhor o que eles pensam e o que sentem é fundamental para eu continuar a escrever.

Você é formada em Arquitetura e depois atuou na publicidade. Qual a influência da publicidade no seu trabalho?

Acho que os anos como redatora publicitária me obrigaram a exercitar a síntese. Além disso, como o texto publicitário é curto e objetivo, cada palavra tem muita importância. Até hoje, em um livro com 200 páginas, eu procuro pensar em cada palavra como se estivesse escrevendo poucas linhas.

Como é sua relação com seus personagens? Você coloca muito de suas percepções e opiniões neles?

O Antônio, de "A máquina", é como se fosse eu. A menina do "Mania de explicação" é a minha filha. Em "Luna Clara e Apolo Onze", que tem vários personagens, quase todos têm algo de alguém próximo a mim. Eu me inspiro muito nas pessoas em volta.

Você gosta de proporcionar felicidade, mesmo que passageira, para o público pelos seus livros. Qual o retorno dos leitores em relação aos finais felizes de suas obras?

Eu espero que o retorno seja felicidade, não só nos finais felizes, como em todo o texto, mesmo nas partes de suspense ou tristeza. Não sei se o leitor percebe a minha intenção, mas se ele tiver sido feliz durante o livro, eu estarei felicíssima.

Você utiliza muito a forma narrativa da tevê em seus livros? Acredita que isso prende mais a atenção do leitor?

Em "Luna Clara e Apolo Onze" a narrativa é muito parecida com a de um roteiro. O vai e vem no tempo, os flashbacks, os tempos paralelos... Mas nos outros livros eu não identifico tanto a influência do meu trabalho na TV.

Como foi a adaptação de “A Máquina” para o teatro? Entrar no ambiente teatral trouxe novas influências e experiências para suas produções?

Eu sempre vivi no ambiente teatral porque sou casada com um autor e diretor de teatro. A adaptação de "A Máquina", feita pelo João, me mostrou que as diferenças entre o teatro não são tantas quanto eu pensava. Um encenador criativo consegue tornar teatral um texto literário, desde que goste dele e tenha liberdade. Em "A Máquina" no teatro, o personagem Antônio era vivido por quatro atores ao mesmo tempo e em cada interpretação eu enxergava muito claro o Antônio que eu criei. Foi uma experiência deliciosa.

Você acredita que a adaptação de livros para a tevê ou cinema prejudicam de alguma forma as obras, ou contribuem para que sejam conhecidas e lidas futuramente?

É claro que depende também da qualidade da adaptação, mas, se ela for boa, só contribui. Nesse tempo em que vivemos, com mídias tão diversas, o que puder ser feito para difundir a literatura será bem vindo.

Qual o papel da leitura na inclusão social?

A leitura tem um papel especial. Eu percebo que quando as pessoas falam de um livro que leram, o fazem com um muito mais orgulho do que quando comentam um filme, justamente porque o livro é um veículo que alcança menos gente do que a televisão, por exemplo. Ler é bacana. Se esse conceito andar ligado a qualquer ação que facilite o acesso à leitura, aí é o sonho de todos nós.

26 A 29 DE AGOSTO DE 2003 - CAMPUS UPF - CIRCO DA CULTURA - PASSO FUNDO - RS - BRASIL
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